Universo Gráfico e pares de design(ers)
O grupo 1, composto pela Alice, pela Cibele, pela Laura, pelo Delcinir e por mim, ficou destinado a pesquisar e analisar a empresa Olivetti (e o design italiano dos anos 60 e 70) e o designer Bruce Mau. A semelhança principal em todas as obras selecionadas é o uso de cores vivas e chamativas, mas as obras de Olivetti trabalham mais o movimento a partir de uma assimetria dinâmica, enquadramento, camadas e transparência, já as de Bruce Mau foca mais na hierarquia, na escala, na textura, nas camadas e, em algumas produções, na aleatoriedade.
Olivetti
A primeira e a segunda imagem usam de cores primárias, chamativas e são bem coloridas, ambas são bastante “limpas” exibindo apenas o curto texto, o produto e a representação de movimento (feita pelos arcos coloridos que remetem ao processo de datilografar) em um fundo branco, adentrando um pouco mais na primeira, essa apresenta um certo ritmo, os pontos que representam teclas estão alinhados como letras em um texto, diferentemente da segunda imagem em que as teclas se portam de modo aleatório, outra diferença visível é quanto ao uso de camadas, na primeira é pouco visível, apenas nos arcos amarelos e vermelhos, já na segunda pela transparência fica mais evidente, além disso, a primeira é uma imagem “bidimensional” enquanto na segunda a sobra da máquina traz à ela um volume
Estas propagandas destoam das passadas pelo uso da hierarquia. Agora, o nome do modelo se encontra maior e mais destacado em comparação com o nome da marca, além disso, diferenciam-se pelo uso das cores, em uma usa-se somente um vermelho intenso, com o produto se misturando ao fundo, e, na outra, diversos tons coloridos e de cinza, não mais um fundo branco. Aprofundando-se na primeira imagem, a assimetria da máquina, em contraponto com seu suporte e texto alinhados, cria um ótimo efeito, ainda mais com o enquadramento que se encaixa perfeitamente com as extremidades do produto. Já a outra usa do princípio dos grids, mas os rompendo de tal modo que a imagem ganha movimento e profundidade, vale ressaltar seu diferencial ao não exibir o produto, mas sugeri-lo por símbolos de operações matemáticas, o que remete a uma calculadora.
Em ambas as imagens são perceptíveis as cores vivas e chamativas, que atraem a atenção do espectador por si só. Também é possível identificar um trabalho com camadas, que permite a disposição dos elementos uns sobre os outros, e não de uma forma linear, um do lado do outro. E por último, é utilizada a transparência, em algumas camadas, que dá mais clareza e dinamicidade para a imagem, ao permitir que o elemento seja visto, ao mesmo tempo que o que está atrás dele. É importante destacar que, na primeira imagem, o uso da pena e da mão em vermelho não foram utilizadas apenas como ornamento. Elas foram utilizadas com a proposta da mão estar escrevendo na máquina, que por sua vez, expele no papel a sua marca e uma de suas características, assim, a propaganda aproveita a própria natureza do produto para divulgar suas especificações. Já a pena é utilizada por remeter a algo leve, de forma que, sobreposta à máquina, reforça a ideia de que ela é realmente portátil e fácil de ser transportada. Na segunda imagem, o uso de camadas com cores e posições levemente diferentes revelam outra estratégia de criar movimento para a imagem, representando um indivíduo escrevendo na máquina. Além disso, pelo fato do botão da máquina não ter sofrido o mesmo movimento da mão, pode-se concluir a tentativa de expressar que a Olivetti Estúdio 44 não se abala com um simples toque, o que reforça a ideia do texto central de resistência, robustez e estabilidade do produto
Bruce Mau
A primeira imagem utiliza a escala, a aleatoriedade em relação ao lugar das letras, as cores variadas e harmônicas, a sobreposição de camadas, de forma opaca, e o movimento, uma vez que algumas letras formam objetos como o cata-vento que nos lembram dinamicidade. A Segunda imagem demonstra assimetria, já que não possui um padrão entre os eixos, grid, que orienta os vários elementos da obra, ritmo e equilíbrio, já que, mesmo com tantas partes, há uma estabilidade entre elas, sobreposição de camadas, de maneira opaca, movimento com a curvatura da forma de alguns elementos, cores distintas, vibrantes e chamativas, alguns princípios da Gestalt como o da continuidade e destino comum e das fontes e desenhos variados no nome, formando algo distante do monótono, que realça a identidade diversa da escola de música.
Na primeira imagem é visível cores intensas, simetria na organização dos círculos, apesar do texto ocupar diferentes posições dentro de cada círculo, hierarquia, por meio de diferentes alinhamentos e cores e um contraste entre as cores, que gera um equilíbrio. A estrutura formada pelo conjunto de círculos se parece com o alinhamento de um texto. Na segunda imagem, há o uso também de cores intensas, de hierarquia, no título "Coca-Cola" e no subtítulo, de escala, de camadas, com a sobreposição dos símbolos e da ordem de leitura.
As imagens que surgem fogem (sangram) do enquadramento principal, por serem de dimensões e escalas maiores em relação ao conjunto dos três quadriláteros. Essas figuras, como as manchas coloridas possuem o caracter que mais chamam atenção na obra, pelo fato de serem dinâmicas, ora aparecem coloridas ora acizentadas/ contrastantes, bem como por estarem centralizadas. Dentro dos quadrados, percebe-se palavras não legíveis que fogem da ordem normal de um texto, mas que não deixam de possuir uma ótima comunicação que transmite sentidos além da palavra em si, tendo em vista que essa fragmentação transmite um dinamismo na imagem, por mais que ela seja uma animação, se caso não fosse o movimento ainda estaria presente, já que a figura é assimétrica. O uso de "cropping" também é presente, já que o Bruce Mau utiliza recortes que deixam algumas imagens de fora, não mostrando a sua totalidade. Vale salientar, por fim, que a margem em negrito enfatiza a imagem e o texto. Assim, percepção se torna mais clara
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